Resumo
Este estudo avaliou o efeito do temperamento de vacas de corte calmas e excitáveis/reativas, submetidas à inseminação artificial (IA) ou à inseminação artificial em tempo fixo (IATF), nas perdas durante a gestação, taxa de prenhez, taxa de desmame e cortisol. Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura e uma meta-análise (MA) a partir de quatro bases de dados eletrônicas: Scopus (Elsevier, 1960-2020), Web of Science (Thompson Reuters, 1945-2020), Pub Med (Elsevier, 1960-2020) e Science Direct (Elsevier, 1960-2020). Meta-análise (MA) para efeitos randomizados foi realizada para cada indicador separadamente. Para avaliação do temperamento, foram usados as pontuações de movimento e velocidade de fuga. Foram avaliados 15 estudos e um total de 7.150 vacas primíparas e multíparas. Para as variáveis-resposta perdas na gestação e taxa de desmame não foi possível realizar MA. A MA sobre a taxa de prenhez mostrou um risco relativo (RR) de uma vaca com temperamento excitável ficar prenha de 0.951 vezes menor em relação às vacas de temperamento calmo (IC 95% = 0.873 - 1.036; P = 0.254; I² = 78.0%). As vacas com temperamento excitável submetidas a IATF apresentaram um RR de ficarem prenhas 0,900 vezes menor que àquelas com temperamento calmo (IC 95% = 0.831 - 0.976: P = 0.010: I² = 17.8%). Todos os estudos inclusos na meta-análise mostraram que fêmeas bovinas de temperamento calmo, possuem concentração de cortisol inferior quando comparadas as fêmeas bovinas de temperamento reativo (DM= -7.364, IC 95%= 10.187, - 4.540; P=0.00000, I²= 99.7%).Vacas de temperamento excitável apresentam 10% menos chances de emprenhar que vacas consideradas calmas, mesmo com uso de técnicas reprodutivas, como IA e IATF. Vacas de temperamento reativo submetidas às biotécnicas reprodutivas apresentam maior concentração de cortisol, quando comparadas às vacas de temperamento calmo, portanto, o temperamento reativo tem efeitos prejudiciais na eficiência reprodutiva de fêmeas de corte, que são provavelmente mediados por concentrações elevadas de cortisol.
This study evaluated the effect of the temperament of calm and excitable / reactive beef cows, submitted to artificial insemination (IA) or fixed-time artificial insemination (FTAI), on loss during pregnancy, pregnancy rate, rate weaning, and cortisol. A systematic literature review and meta-analysis (MA) was conducted from four electronic databases: Scopus (Elsevier, 1960-2020), Web of Science (Thompson Reuters, 1945-2020), Pub Med (Elsevier, 1960-2020) and Science Direct (Elsevier, 1960-2020). Meta-analysis (MA) for random effects was performed for each common indicator. For the evaluation of temperament, kick score and exit speed were used in the tests. 15 studies were obtained and a total of 7,150 primiparous and multiparous cows. For the response variables, losses in pregnancy and weaning rate, it was not possible to perform MA. The MA on pregnancy rate showed a relative risk (RR) of a cow with an excitable temperament to become pregnant by 0.951 times lower compared to calm-tempered cows (95% CI = 0.873 - 1.036; P = 0.254; I2 = 78.0%). Cows with excitable temperament submitted to FTAI independent an RR of becoming 0.900 times lower than those with calm temperament (95% CI = 0.831 - 0.976: P = 0.010: I2 = 17.8%). All studies included in the meta-analysis regardless of whether cattle with a calm temperament have a lower cortisol concentration when compared to cattle with a reactive temperament (DM = -7.364, 95% CI = 10.187, -4.540; P = 0.00000, I2 = Excitable temperament cows are 10% less likely to conceive than cows considered calm even with the use of reproductive techniques, such as IA and FTAI. Reactive temperament cows subjected to reproductive techniques has the highest concentration of cortisol when compared to cows of calm temperament, therefore, the reactive temperament has detrimental effects on the reproduction of cut, which are proven mediated by elevated cortisol.
Resumo
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